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Textos que expõem a fragilidade e indecência humanas de forma irônica, metafórica e sem embelezamentos.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

VERSOS PARA DESPEDIDA

Preciso de um soneto que me surja vivo,
Um riso, um qualquer quê a me beijar o rosto,
Um doce, um acre, um misto que me seja gosto
De algo que me falta e que se faz esquivo.

Preciso que o poema aqui se manifeste
E grite! E silencie o vão que deixa mudo
E vista de mil cores o que está desnudo
E possa me despir da angústia que me veste.

Preciso que a espontânea vida em que me vejo
Conceda em cada tempo o tanto de ensejo
Que se faz necessário para a alegria.

Preciso respirar os versos que escrevo
E quando acabar meu ar, eis meu desejo:
Poder partir em paz, morrer de poesia.

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