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sexta-feira, 24 de abril de 2015

CARTA AOS AMIGOS MAIS PRÓXIMOS

Amigos mais próximos
Que tanto amor me dão
E que tanto me fizeram aprender,
Que tanto me fizeram crescer,
Que tanto me mostraram que a vida,
Essa vida torta e cheia de dores,
Tem seu lado puro, seu lado bom,
Seu lado repleto de sorrisos verdadeiros,

Amigos mais próximos
Que tanto prezo e amo,
Parto agora para outro rumo.
Sim, é uma despedida,
Mas não um adeus!
Eu preciso de espaço para mim.
Eu preciso sentir que sou eu,
Preciso de mim sem vocês,
Preciso saber que existo também
Sem que alguém me sustente.
Eu preciso me sustentar
Pelo menos por um tempo,
Pelo menos por algum momento.
Eu preciso sentir que basto,
Eu preciso sentir que tenho a mim.

Amigos mais próximos
Que construíram fortalezas em mim,
Eu baixei a guarda e hoje sofro.
Esses muros já não me sustentam,
Tudo desabou. Fui eu quem baixou a guarda.
Obrigado pela construção,
Pelas desconstruções também,
Que só assim refiz ideias antiquadas.
Mas minhas fortalezas hoje são ruínas
E esse lugar arruinado já não me serve.
Eu preciso de novos ares,
Habitar espaços nunca habitados,
Espaços em mim, espaços na vida,
Espaços na minha estrada incerta.
Eu preciso seguir sozinho
E encontrar novos encontros,
Encontrar novos medos, novos impulsos,
Novas sensações que já não sinto mais...

Amigos mais próximos,
Serão sempre próximos, ainda que eu,
Nessa nova estrada, esteja distante.
E não sei por quanto tempo.
Não sei ao menos dizer se o tempo virá,
Mas é o tempo que eu preciso.
É o meu tempo, minha vida, minha decisão.
Se sentirem falta de mim,
Não procurem me encontrar frente a frente,
Não procurem me encontrar em diálogos,
Procurem-me nos versos,
Nos versos de cada coisa da vida,
Nas boas lembranças de cada momento,
Nos aprendizados que pude deixar,
Nas lições que puderem me ensinar,
Nos momentos em que eu não estiver presente,
Mas que estarei versando, de longe.


Hoje sou apenas meu próprio verso.
A poesia é tão livre, amigos, tão livre!
Não prendam poemas em livros fechados,
Não deixem que o verso não vá mais além.
Serei eterna obra a se concretizar.
Eu serei verso em outros olhares,
Em outros livros, em outros abraços.
Eu serei o que preciso ser, se assim for.

Amigos mais próximos, eu voltarei.

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